domingo, 4 de julho de 2010

Memórias - Parte 2

Este homem, bom pai, bom marido e que nunca deixou faltar nada em casa (nem carinho!) ia pro bar. Bebia o dia inteiro, chegava em casa bêbado sonolento e pálido pois nada havia comido até aquele momento. Dormia por umas quatro horas mais ou menos e lá ia ele para outra jornada de trabalho.
Nessa época, eu e minha irmã estudávamos em escolas diferentes. Como a cidade era pequena havia somente 3 colégios. O dela era o Aurélio Pires, destinado para crianças do jardim até o quarto ano. Eu também estudei lá e chorei muito por não querer trocar. Mas como as coisas nem sempre são como queremos...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Memórias - Parte 1

Julho de 2003. Uma nova vida começava, deixava para trás uma cidade, uma casa, o colégio os melhores amigos, as lembranças de uma vida de doze anos (uma vida curta mais significativa!).
Para vocês entenderem melhor, vou começar bem lá do início, quando uma sugestão virou um propósito de vida...
Morávamos no interior de Minas, próximo a Diamantina. Éramos uma família normal, eu, meu pai, minha mãe uma irmã de 11 anos e outra de 6, mas muito felizes.
Meus pais trabalhavam na fábrica de tecido da cidade em turnos diferentes, minha mãe durante o dia meu pai no turno da noite. Ele sempre chegava às seis da manhã em casa, preparava o café e ia dormir um pouco. Acordava novamente para preparar o almoço e nos aprontar pro colégio. Ao meio dia nos entregava aos cuidados dos professores.
Aí vocês devem estar pensando que este homem cansado que trabalhou toda noite naquela fábrica barulhenta em um serviço cansativo agora iria se render a um sono absoluto e merecido. Que nada...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Achados e Perdidos

Perdi meu tênis, perdi meus óculos, perdi meu estojo de maquiagem, perdi "aquela" liquidação, perdi o filme Crepúsculo, perdi minha carteira, perdi a aposta, perdi os ingressos para aquela mega balada, perdi o show do Luan Santana. Perdi meu melhor amigo. Perdi a bola no final do campeonato. Perdi meus vestidos mais bacanas. Perdi o respeito pelos meus pais. Perdia o sono todas as noites. Perdi meu namorado. Perdia meus dias à procura de mim mesma! Foi quando encontrei um caminho, e nele achei tudo que havia perdido. Eu encontrei o verdadeiro. O essencial. Encontrei a minha alma. O meu valor. As minhas respostas. Eu enfim me encontrei dentro de mim.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Molduras De Uma Lágrima

Se Leonardo da Vinci estivesse vivo, juro que teria feito de mim, sua escultura mais famosa. Modéstia parte, quando fico deprê, fico "morta", literalmente. Pode bombas explodirem, tempestade caírem, e eu, permanecerei morta. E viva. Preciso desta mortalidade para me reconstruir. Semana passada, eu e minhas amigas Jess e Liz fomos em uma festa. Elas estavam lindas, porém eu, seca estava descombinadíssima, uma tentativa dinâmica de por vida e cores ao meu corpo. As músicas tocavam, eu porém não as ouvia. Era só olhos, a procura do meu alvo. Era exatamente as dez horas da noite. E ele chegou, com aquele ar de falso-tímido, com aquela maldita aliança na sua mão direita. Segurando a sua outra mão, estava ela, loiríssima, vestido curto e justo, e um salto 15 de arrasar. Só de pensar que fui eu que dei a ela o vestido deslumbrante, e que ainda dividi meus segredos, alegrias e tristezas. Foi passando um filme pela minha cabeça, e fui ficando tonta, trêmula, Jess e Liz me abraçaram e me levaram para o canto escuro da festa, onde ninguém poderia ver a minha dor. Enquanto limpava as minhas lágrimas, fui entrando dentro de mim, e mais um filme se passou, desta vez na categoria de pré-estréia mundial, me vi linda, poderosa e alegre como sempre fui.E na curtição. Saí da festa com lágrimas de alegria, pronta para me renascer. Duas semanas se passaram, e eu continuo me reconstruindo,como uma pintura renascentista. Ah se Leonardo da Vinci estivesse vivo!